sexta-feira, 19 de agosto de 2011



A vida é uma dança continua ao som da música do Universo. A música do Universo é eterna, não desafina e o seu ritmo depende da hora, do dia e dos bailarinos que estão na pista. A música do Universo, aqui na terra, é cantada pela natureza.

A água, o ar, a terra e o fogo são os grandes maestros a reger essa importante orquestra. A orquestra da natureza é perfeita, quem erra os passos são os bailarinos.

A terra é o suporte das pistas iluminadas e aquecidas pela luz do sol onde se dançam a música da vida.

Somos introduzidos nessa grande pista de dança pelos nossos pais. Dançamos a primeira música no aconchego do colo de nossas mães. Nesse instante, nós somos ela, e ela, a rainha da vida.

A primeira e a última música da vida são inaudíveis aos ouvidos dos bailarinos que adentram e que deixam as pistas. Quem ouve e quem dança essas duas músicas são os nossos pais alegres e nossos filhos tristes.

Aprender a música da vida significa renunciar as fantasias da infância. Aliás, renuncia ou substituição... A criança tem o direito de crescer e o adulto o dever de não deixar a criança, que existe dentro dele, morrer.

A pista é infinita, o salão é colorido e a música tem as dimensões dos sonhos na juventude. Nessa fase, a música e os sonhos se fundem. Dançar, sonhar e viver embriaga a alma e gera uma ponta de incerteza. A incerteza diminui à medida que acertamos os passos e que a música é entendida assim como ela é, não como gostaríamos que fosse.

A mais alta, a mais estridente e mais longa música, dançamos na vida adulta. Nessa época a indumentária predominante é o uniforme de labor, embora, o traje de gala também se faz presente. A música se confunde com o trabalho e acelera a sensação do tempo. Abandonar as fantasias e os sonhos é reconhecer parcialmente a música da época e fugir do ritmo certo.

O errado não é perder o passo correto, o errado é ter medo de dançar. As quedas fazem parte da dança. Não é feio cair quando menos se espera. O belo é saber se levantar com galhardia e continuar dançando sem perder o ritmo. Dançar a música da vida não é apenas se exibir nessa enorme pista, sim, se comportar como um sábio bailarino.

A incomensurável beleza é que a orquestra da música da vida toca eternamente e, a pista onde se dança essa música, nunca está abarrotada e nem mesmo vazia. O grande segredo é que os velhos cansam e, silenciosamente, se retiram de cena para que novos e barulhentos bailarinos possam dançar a MÚSICA DA VIDA.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Ainda falando de Borboletas... - Saulo Fernandes




Vi uma borboleta de cor viva
Em direção a um jardim de flores com cores vivas
Era bem livre e brincava de voar
No jardim perfumado repousava e se protegia em meio as cores
Que de tão vivas brilhavam como luz
E luz é a sua virtude
Me seguia como se me protegesse com sua leveza e sabedoria
Eu vi suas asas sobre a minha alma
Eu vi um novo caminho se desenhar feito com suas cores vivas.

Tão longe tão perto

Saudoso Amigo, de mim distante.

Lírio tão belo do meu jardim.
Oh anjo eterno, o mais brilhante.
Oh alma doce, de amor sem fim.

Gosto de ti da forma mais pura.
És todo o bem que não conheci.
Na longa estrada de mil torturas.
Nas muitas vidas que já vivi.

Distante estás, mas de mim tão perto.
Tal qual espelho a refletir.
A flor sozinha do meu deserto.

E a flor exala, agradecida.
Abençoando a mão amiga.
Que desconhece o longe e o perto.